Eu sou essa pessoa a quem o vento chama, a que não se recusa a esse final convite, em máquinas de adeus, sem tentação de volta.
Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza. Eu sou essa pessoa a quem o vento leva: lá de horizontes libertada mas sozinha.
Se a Beleza sonhada é maior que a vivente, dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho?
Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.
Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:
Agora és livre, se ainda recordas
Agora és livre, se ainda recordas
Cecília Meireles
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