terça-feira, 20 de abril de 2010

A Árvore dos Poemas
Mario Quintana

Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de cântaro,
A doçura de fruto que poderia haver num poema.
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem.
Seguirem como animais em estúpida migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas?

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