quarta-feira, 24 de março de 2010

Embriaguez do Céu
Luiz Delfino

Mas isto assim?... Para que fazes? – Chegas
Simples... tão boa!... O teu chapéu de palha
Tiras, tiras a luva... e o que se espalha
É o som gentil de umas palavras meigas,

E um outro céu, mais luz, mais sol, mais veigas...
Sândalos, sim!... (e a mata que farfalha,
Calmo, da calma das estátuas gregas,

Potestades! meu voto está lançado:
Beber o céu num cíato dourado
Cheio de estrelas, vou sabei-o pois.

Ai! todo o firmamento azul num beijo...
Deuses, silêncio: sóis, eu não desejo
Que alguém veja o que houver entre nós dois.

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