Quando Ela Passa
Fernando Pessoa
Quando eu me sento à janela
P’los vidros que a neve embaça
Vejo a doce imagem dela
Quando passa...passa...passa...
Lançou-me a mágoa sem véu: –
Menos um ser neste mundo
E mais um anjo no céu.
Quando eu me sento à janela,
P’los vidros que a neve embaça
Julgo ver a imagem dela
Que já não passa...não passa...
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