quarta-feira, 21 de outubro de 2009


Que o amor me possa dar tudo que espero:
a cálida manhã, o aflito, esquivo
carinho, que se faça mais sincero
quanto o meu corpo reclamá-lo vivo...

Que me dê a alegria de uma infância
molhada de um abril fresco e macio.
Que me traga um perfume de distância,
de frutos, flores, sombras quentes, frio...

Que o amor me seja a luz doendo em lentas
oscilações de adeus na montanha...
Que o amor me seja a escada, o meu pomar,

o pouso, as madrugadas friorentas,
o corpo claro, a voz, a febre estranha,
e o reino, e o reino para além do mar...


Alphonsus de Guimarães Filho

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