quarta-feira, 22 de julho de 2009

Luar
Cecília Meireles

Face do muro tão plana,
como sabugueiro florido.

O luar parece que abana
as ramagens na parede.

A noite toda é um zumbido
e um florir de vaga-lumes.

A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.

Andam nascendo os perfumes
Na seda dos cravos.

Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos orvalhos.

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